Far Cry 6 - Um mundo bem construído e um final questionável | Review

Far Cry 6 é mais um título da aclamada série de jogos de tiro em primeira pessoa da Ubisoft. Lançado em 2021, o jogo leva os jogadores a uma ilha fictícia chamada Yara, inspirada em Cuba. Yara é uma nação tropical à beira da revolução, governada pelo ditador Anton Castillo, interpretado pelo renomado ator Giancarlo Esposito. Castillo é um líder carismático, mas cruel, que promete restaurar a glória de Yara a qualquer custo, mesmo que isso signifique oprimir brutalmente seu próprio povo.

Os jogadores assumem o papel de Dani Rojas, um habitante local que, dependendo da escolha do jogador, pode ser homem ou mulher. Dani se junta a um grupo de guerrilheiros chamados Libertad para derrubar o regime tirânico de Castillo. O jogo oferece uma vasta gama de armas, veículos e aliados para ajudar na luta pela liberdade, além de um mundo aberto vibrante, cheio de paisagens deslumbrantes e perigos inesperados.

Far Cry 6 mantém o padrão visual que a Ubisoft tem estabelecido ao longo dos anos, entregando gráficos de alta qualidade e uma ambientação impecável. A iluminação nos cenários é digna de boa nota, criando uma atmosfera envolvente que captura a essência da fictícia ilha de Yara, onde o jogo se passa. Além disso, os efeitos sonoros complementam perfeitamente a ambientação, contribuindo para uma experiência imersiva e realista.

Far Cry 6 - Um mundo bem construído e um final questionável | Review

Imagem: Ubisoft Toronto/Ubisoft

Uma grande novidade em relação aos jogos anteriores é o retorno do protagonista com voz ativa. No passado, os personagens principais eram mudos, o que limitava sua participação na narrativa. Em Far Cry 6, o jogador finalmente controla um personagem com voz, o que enriquece a história e permite uma conexão mais profunda com os eventos do jogo. O menu do jogo também passou por melhorias significativas. Comparado ao Far Cry: New Dawn, o menu de Far Cry 6 é mais organizado e intuitivo, facilitando a navegação e a compreensão das opções disponíveis. Isso proporciona uma experiência de jogo mais fluida e menos frustrante.

Outro aspecto que merece destaque é a violência gráfica. Far Cry 6 não economiza em brutalidade, e isso é intensificado pela qualidade gráfica, diálogos intensos e efeitos sonoros impactantes. É possivelmente o jogo mais violento da franquia até agora, tanto em termos visuais quanto na forma como essa violência é retratada. O mapa do jogo é vasto e diversificado, com cada região do mundo aberto detalhada com esmero. Os cenários são belos e variados, incentivando a exploração e oferecendo algo novo a cada canto.

Leia também: Far Cry: New Dawn – Um jogo desnecessário para preencher um vazio | Review

No entanto, nem tudo são flores. Apesar de as animações do jogo serem bem feitas, é notável a reutilização de animações de jogos anteriores da franquia. Para quem já jogou outros títulos da série, essa repetição pode ser percebida facilmente, o que pode diminuir um pouco a sensação de novidade.

Infelizmente, a inteligência artificial dos NPCs deixa muito a desejar. Em muitos momentos, o comportamento dos personagens não jogáveis quebra totalmente o realismo do jogo, gerando situações cômicas e involuntárias, como NPCs se jogando na frente do carro sem motivo aparente. A forma como as missões são apresentadas também foi uma escolha questionável. Em vez de manter o fluxo contínuo da história, as missões são introduzidas em uma janela separada, tirando o jogador da imersão do gameplay para exibir o personagem ao lado de um texto introdutório. Essa decisão acaba prejudicando o dinamismo da narrativa.

Os bugs, infelizmente, continuam sendo um problema recorrente nos jogos da Ubisoft, e Far Cry 6 não é exceção. Desde diálogos sobrepostos até objetos flutuantes, os bugs são frequentes e podem ser bastante frustrantes. As expressões faciais dos personagens também deixam a desejar, muitas vezes falhando em transmitir as emoções com a intensidade necessária. Outra adição que não agradou foi a exibição do personagem em terceira pessoa nos acampamentos principais. Essa escolha se mostra desnecessária, especialmente quando o personagem se movimenta de maneira robótica e pouco natural, quebrando a imersão.

Far Cry 6 - Um mundo bem construído e um final questionável | Review

Imagem: Ubisoft Toronto/Ubisoft

Apesar de uma trilha sonora que busca representar a cultura local, ela não é particularmente marcante. As músicas das rádios dentro dos veículos são repetitivas e, muitas vezes, irritantes, a ponto de eu preferir desligar o rádio sempre que entrava em um veículo. Finalmente, a partir de certo ponto, especialmente após a metade do jogo, Far Cry 6 sofre com a inclusão de missões que parecem ter sido criadas apenas para prolongar a duração do jogo. Muitas dessas missões são desnecessárias e frustrantes, como aquelas que não são marcadas no mapa, forçando o jogador a adivinhar a localização dos objetivos.

O desfecho de Far Cry 6 é controverso. Embora inesperado, ele deixa o jogador com um sentimento de que todo o esforço foi em vão, ao invés de fornecer uma conclusão satisfatória para a história. Essa escolha narrativa parece ter sido feita para prolongar a jogatina, a Ubisfot optou por seguir por uma caminho que faz com que o jogador continue jogando, mesmo após o fim do jogo, para continuar eliminando as forças do ditador. O ínicio do jogo faz com que o jogador sinta vontade de colocar fim a ditadura, mas se decepciona em um final que poderia ter sido muito melhor trabalhado.

Far Cry 6 oferece uma experiência visual e auditiva de alta qualidade, mantendo o padrão da Ubisoft em termos de gráficos e ambientação. No entanto, problemas como uma IA fraca, bugs frequentes, e uma narrativa que perde força ao longo do jogo prejudicam a experiência geral. É um título que vale a pena para os fãs da franquia, mas que também exige paciência com suas falhas.

“Peguei um peixe muito grande hoje. Não foi, Diego?” – Anton Castillo

*Review feita com base no desempenho do jogo no PC*

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