Shadow of the Tomb Raider - Uma história dramática do início ao fim | Review

Shadow of the Tomb Raider é o terceiro título da trilogia moderna da franquia Tomb Raider, desenvolvido pela Eidos Montréal em conjunto com a Crystal Dynamics e publicado pela Square Enix. Lançado em 2018, o jogo continua a jornada de Lara Croft, agora uma arqueóloga experiente, em busca de respostas sobre seu passado e as origens de um apocalipse maia que ela inadvertidamente desencadeia.

Imagem: Eidos Montréal/Square Enix Europe

Neste jogo, Lara se vê enfrentando a organização militar secreta Trinity enquanto explora as selvas da América Latina e antigas cidades maias e astecas, desvendando mistérios e relíquias ocultas. O jogo oferece um mundo aberto com uma forte ênfase na exploração, sobrevivência e quebra-cabeças desafiadores, além de combates estratégicos. A história segue o amadurecimento da personagem, que precisa lidar com as consequências de suas ações e o peso de se tornar a famosa “Tomb Raider”.

A história de Shadow of the Tomb Raider segue Lara Croft em um dos momentos mais cruciais de sua trajetória, onde suas decisões têm consequências catastróficas. O enredo começa quando Lara e seu amigo Jonah investigam a organização Trinity, que continua em busca de artefatos antigos com poderes sobrenaturais. Em uma missão no México, Lara encontra uma adaga cerimonial conhecida como “Chave de Chak Chel” e a retira de seu pedestal, inadvertidamente desencadeando um apocalipse maia que ameaça destruir o mundo.

Lara descobre que a adaga está conectada a uma profecia antiga que prevê catástrofes naturais e a “renovação do sol”. Trinity, liderada por Pedro Dominguez, um homem poderoso que também busca controlar esses artefatos, tem a intenção de usar a adaga para moldar o futuro da humanidade e se tornar um deus. Dominguez acredita que o apocalipse é necessário para recriar o mundo sob o controle de Trinity.

Imagem: Eidos Montréal/Square Enix Europe

Com a culpa de ter iniciado essa destruição, Lara parte em uma jornada pela selva da América Latina, especificamente no Peru, em busca de uma maneira de reverter o desastre que começou. Ao longo da jornada, ela descobre Paititi, uma cidade perdida que sobreviveu ao longo dos séculos e é central para a profecia. Paititi é governada por uma facção de Trinity e está dividida por conflitos internos. Lara faz alianças com o povo local, incluindo a líder rebelde Unuratu, que luta contra o domínio opressor de Trinity.

Enquanto explora ruínas antigas, resolve quebra-cabeças e sobrevive a desafios mortais, Lara luta contra sua própria obsessão em deter Trinity, que espelha a de seu pai, e é confrontada com o custo de suas ações. Ela começa a questionar se seu desejo de vingança e descoberta vale o preço que o mundo está pagando. Ao longo de sua jornada, ela amadurece, aprendendo a lidar com o peso de suas escolhas e aceitando que nem sempre pode controlar o destino.

Shadow of the Tomb Raider entrega uma experiência imersiva e impressionante em diversos aspectos. A começar pelos efeitos sonoros, que são de extrema qualidade, permitindo que o jogador sinta a presença de cada passo de Lara, os sons da folhagem e até dos animais ao redor. O design sonoro contribui significativamente para o nível de imersão, combinando-se perfeitamente com os gráficos excepcionais e a ambientação detalhada, que fazem o jogador sentir-se verdadeiramente nas selvas da América Latina. A iluminação e sombras são realistas, criando cenários visuais incrivelmente convincentes e envolventes.

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A jogabilidade é outro ponto de destaque, com sistemas de upgrade de armas e habilidades fáceis de entender e bem integrados ao progresso da narrativa. As tumbas escondidas, que vão além das missões principais, enriquecem o mundo aberto e incentivam a exploração, além de recompensar o jogador com desafios extras e itens valiosos.

Imagem: Eidos Montréal/Square Enix Europe

A dublagem é de alta qualidade, com vozes que capturam bem a emoção dos personagens, e embora a trilha sonora não seja tão marcante, ela cumpre bem o seu papel de fundo, sem roubar a cena. A jogabilidade é fluida e intuitiva, especialmente quando jogada com um controle, permitindo uma experiência tátil mais envolvente, graças às vibrações que ocorrem em momentos chave do jogo. O jogo surpreende também com sua inteligência artificial, que se mostra desafiadora e bem trabalhada, algo que muitas vezes passa despercebido em títulos do gênero.

A narrativa começa de forma direta e cativante, prendendo o jogador desde os primeiros minutos. O realismo é intensificado pela escolha de não sinalizar de forma óbvia os locais que Lara pode escalar, forçando o jogador a observar o ambiente com mais atenção e tornando a experiência mais autêntica. Outro ponto forte são os flashbacks, que adicionam uma dimensão extra à trama e variam o ritmo da jogabilidade, além de oferecer um olhar mais íntimo sobre a história de Lara.

Os puzzles são muito bem projetados – desafiadores sem serem repetitivos ou frustrantes, proporcionando um equilíbrio perfeito entre dificuldade e satisfação ao serem resolvidos. Os diálogos, tanto durante a gameplay quanto nas cutscenes, são bem escritos e, muitas vezes, mais longos do que o comum em jogos de ação, o que adiciona profundidade aos personagens e à história. A trama, envolvente do começo ao fim, evita enrolações e furo de roteiro, respondendo a todas as perguntas levantadas. Em Shadow of the Tomb Raider, vemos uma Lara Croft mais madura, que finalmente encontra as respostas que tanto buscava sobre seu passado e destino.

Por outro lado, o jogo não está isento de problemas. Embora os bugs sejam poucos, um dos defeitos mais evidentes ocorre nos momentos de escalada, em que os saltos de Lara parecem abruptos, quase como se a personagem estivesse “voando”, o que prejudica a imersão nesses momentos. Outro ponto que pode incomodar jogadores mais atentos é o desenvolvimento de certos diálogos. Em algumas situações, os personagens demonstram uma intimidade inexplicável com pessoas que nunca haviam encontrado antes, o que enfraquece a coerência de algumas interações. Além disso, o jogo pode ser muito direto em certos momentos, com diálogos que não acrescentam muito à narrativa ou poderiam ter sido melhor desenvolvidos para dar mais profundidade às relações entre os personagens.

Em resumo, Shadow of the Tomb Raider é um jogo visualmente deslumbrante, com uma jogabilidade sólida e uma trama que entrega uma conclusão satisfatória à jornada de Lara Croft. Apesar de pequenos defeitos, o jogo oferece uma experiência rica e emocionante, recomendada tanto para fãs de longa data quanto para novos jogadores.

Review feita com base no desempenho do jogo no PC*

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