As Crônicas de Nárnia: O Sobrinho do Mago - Uma introdução quase perfeita | Resenha

O Sobrinho do Mago é o primeiro livro da série As Crônicas de Nárnia, escrita por C.S. Lewis. Publicado em 1955, este livro serve como uma introdução ao mágico mundo de Nárnia e estabelece as bases para as aventuras que se desenrolam nos livros subsequentes.

Imagem: Matheus Araújo, 2023

O livro conta a história de Gregório Kirke (ou Digory Kirke, nas edições antigas) um jovem que vive em Londres durante a Segunda Guerra Mundial. Ele e sua amiga Polly Plummer descobrem acidentalmente um acesso mágico a outros mundos através de um conjunto de anéis mágicos criados por seu tio, o mago Andrew (também conhecido como Tio André). Eles se encontram em um mundo vazio e desolado, onde encontram a maligna Feiticeira Branca, Jadis.

Ao retornar à Londres, Gregório e Polly trazem involuntariamente Jadis com eles. Isso desencadeia uma série de eventos que os levarão a Nárnia, um mundo mágico habitado por criaturas fantásticas, onde testemunham a criação de Nárnia por Aslam, o grande leão.

O Sobrinho do Mago explora temas como a criação, a responsabilidade e as consequências de nossas ações. É uma história de aventura que mistura elementos de fantasia e moralidade, e serve como um ponto de partida para os leitores adentrarem o universo encantador e complexo das Crônicas de Nárnia de C.S. Lewis. O livro oferece uma visão profunda sobre o bem e o mal, a redenção e o poder da empatia e da compaixão, tudo dentro de um contexto mágico e cativante.

Imagem: Matheus Araújo, 2023

Com a leitura desse livro foi a minha primeira vez entrando no universo de Nárnia pela literatura, antes já havia assistido os filmes já realizados pela Disney e 20th Century FOX, e sigo no aguardo da série que está em andamento pela Netflix. Realizei a leitura na edição luxuosa da HarperCollins Brasil que conta com detalhes fascinantes como suas ilustrações remasterizadas e coloridas da ilustradora original, a Pauline Baynes, uma capa dura com toque aveludado, páginas com pintura na borda e uma nova tradução feita por Ronald Kyrmse.

As ilustrações são algo bem presente no livro, em todos os capítulos, e isso enriquece a história e causa uma maior imersão na história. Acredito que o único erro desse edição luxuosa é que a lombada com um detalhe de pintura dourado com pouco tempo de uso já se desgastou, pelo visto não fui o único pois visualizei alguns comentários de usuários relatando o mesmo acontecimento.

No livro você encontra uma leitura bem simples e de fácil compreensão, mas uma atenção que o leitor precisa ter bastante cuidado é a alternância da narração com os diálogos dos personagens, pois pode ocasionar confusão no fluxo da leitura. O lado cômico de O Sobrinho do Mago é simples e usado como uma quebra de expectativa, entretanto, ele pode ser exagerado em alguns momentos mas compreendido que para uma história com uma linguagem simples e simbólica podemos descartar qualquer crítica.

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Em O Sobrinho do Mago, o autor C.S. Lewis utiliza comparações com o presente no decorrer da história como um todo, como se os fatos da história do livro, em comparação com os dias atuais, existissem bons momentos e bons modos e que hoje eles não existam mais.

O livro é muito conhecido por ser uma introdução ao mundo de Nárnia, mesmo sendo o último livro publicado, caso siga a forma cronológica irá encontrar nesse livro a história de origem de Nárnia, como foi estabelecida a sua sociedade, o primeiro Rei e a primeira Rainha de Nárnia e os primeiros animais falantes. O que posso questionar sobre esse momento de criação de Nárnia é que pouco se fala de Aslan, para todos ali, inclusive para o leitor, fica claro que Aslan criou e povoou aquela região, mas fica um vazio de questionamento sobre a origem de Aslan, quem ele é e o que podemos saber mais sobre ele, acho que com uma cabeça de adulto você se perguntaria isso, mas acredito que o autor resolveu não responder estas perguntas.

Imagem: Matheus Araújo, 2023

Antes de assistir os filmes de Nárnia e começar a ler o livro O Sobrinho do Mago, eu já estava ciente de que Nárnia tinha referências cristãs, até por conta da história de C.S. Lewis que era um ateu por boa parte de sua vida e depois se converteu ao cristianismo, aliás, eu já li o livro Cristianismo Puro e Simples e recomendo a todos a leitura.

Apesar de ter essas referências e você sendo cristão e identificando elas no decorrer da história, caso você seja ateu ou de qualquer outra crença religiosa isso não será uma barreira, pois você pode entrar nesse universo de uma forma como qualquer outra fantasia, e afirmo que falar que As Crônicas de Nárnia é um livro cristão, por somente conter referências cristãs, é um erro total, pois o que mais há no mercado cinematográfico ou de literatura são obras com referências cristãs.

Acredito que o livro não conta com momentos grandiosos de ação, os poucos momentos que existem de ação são bem curtos e, apesar dos excelentes detalhes que o autor expressa, eles não chegam ao seu apogeu e esfria a leitura de uma maneira bem rápida.

O livro O Sobrinho do Mago contém uma visão profunda sobre o bem e o mal e o poder da empatia e da compaixão, tudo dentro de um contexto mágico e cativante. Apesar de seus momentos de grande tensão serem bem detalhados, eles são curtos e não chegam ao seu apogeu. É um excelente livro para introdução no universo de Nárnia com grandes ensinamentos ocultos.

“Nárnia, Nárnia, desperte! Ame! Pense! Fale! Que as árvores caminhem! Que os animais falem! Que as águas sejam divinas!” – Aslan

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