Uma crítica à Causa Monárquica no Brasil
Ser monarquista no Brasil em 2023 é, em muitos momentos, um desafio muito grande. A primeira barreira que você encontra é de muita resistência dos que o cercam e fazem você procurar refúgio em outros lugares onde você será ouvido e as mesmas ideias serão debatidas.
Me considero hoje um monarquista por convicção e coração, sem dúvidas. Ao passear pela Quinta da Boa Vista quando era um jovem rapaz, senti um espírito caloroso e satisfatório que me ocorreu após se deparar com o Palácio e todo aquele jardim imenso. Não sei se naquele momento despertou ainda mais o meu agrado por história ou se tinha algo a mais no sentimento.
Após estudos próprios e algumas pesquisas eu soube que estava convicto de que tudo que aprendi na escola e escutei sobre o período monárquico brasileiro era uma grande mentira.
Após conhecer, mesmo à distância, alguns monarquistas defendendo a causa monárquica no Brasil, eu observei que temos muitos monarquistas que estão altamente desqualificados para serem um exemplo de monarquista nos dias atuais, e irei dizer o motivo!
Jovens
Os jovens são uma grande parcela que defende a volta na monarquia no Brasil e isso deve haver um alerta de preocupação, não no sentido de ser algo ruim, mas em ter cautela em declarações e exposições de ideias na internet para que muitos não acabem acreditando que tudo que alguns jovens falam é defendido como os ideais da causa monárquica.
Os tradicionalistas
É de se saber que existe muito doido no mundo, e no Brasil não é diferente. Existe algumas organizações que defendem a volta da monarquia como uma forma bem tradicionalista, com uma igreja oficial de estado, sendo ela a Igreja Católica e defendendo pautas altamente medievais. Acredito que esse tipo de monarquista não irá encontrar sucesso algum, se até a Inglaterra teve sua monarquia modernizada para os dias atuais, não vejo êxito em voltarmos a ser monarquia com um sistema de governo com cara da idade média.
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Uma parte da família imperial
Não é novidade que muitos monarquistas no Brasil defendem a tese de que o D. Bertrand, descendente da família imperial do Ramo de Vassouras e atual “chefe da casa imperial”, tem por direito ao trono caso a monarquia volte ao Brasil. Eu discordo dessa posição e compreendo que essa decisão deve ser feita pelo povo brasileiro, principalmente por não gostar de D. Bertrand após as suas falas e posicionamentos. O sujeito que deveria ser imparcial recebeu em sua casa visitas de bolsonaristas, foi em manifestações de apoio ao político Jair Bolsonaro e, além disso, vive na idade da pedra ao dizer que família é Homem e Mulher, desqualificando qualquer tipo de amor homossexual. Por isso, no dia que escrevo isso, meu apoio está no Ramo de Petrópolis e vejo o Dom João Henrique, o principal porta-voz do ramo, como um apoiador das minorias e sempre que fala em público não deixa de ser imparcial. Claro, o Ramo de Vassouras pode mudar futuramente, mas essa é a realidade no momento.
“Esquerda e direita”
A maioria acredita que os monarquistas são todos conservadores ou liberais, mas acabam esquecendo que o movimento conta com sociais democratas que acabam sendo esquecidos com essa onda socialista que temos no Brasil. A Suécia é uma monarquia e está tendo um governo bem social democrata, vejo muitos monarquistas saindo do campo das ideias com os “esquerdistas” do movimento por apenas não concordarem. É preciso entender que monarquia é para todos, é um sistema de governo que é aberto ao debate de ideias e que os sociais democratas devem estar no meio dos conservadores e liberais para unirem forças para uma possível volta do Império do Brasil, devemos nos respeitar acima de tudo.
No Brasil há monarquistas mais estudiosos e outros sentimentais. Há uma oportunidade de a gente revelar um Brasil que foi escondido de nós por muito tempo e que muitos ainda insistem em esconder, temos que levar o verdadeiro passado brasileiro para o vínculo social e só assim despertar mais interesse do povo pela verdadeira história do nosso país.
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