Unto the End – Uma avaliação de grande desafio na sobrevivência | Review
Unto The End é um desafiante jogo de ação e aventura em 2D criado pela 2 Ton Studios e Kittehface Software, lançado em 9 de dezembro de 2020 para o Nintendo Switch, PlayStation 4, Google Stadia, PC e Xbox One. Ele apresenta legendas em português do Brasil para uma experiência localizada.
Imagem: Divulgação/Stephen & Sara |
Em Unto the End, o jogador encarna um sobrevivente com uma impressionante barba e cabelo vermelho, lutando desesperadamente pela sua vida contra monstros, armadilhas, abismos e outros desafios mortais. A narrativa gira em torno da épica jornada de retorno ao lar, repleta de combates de espada, oportunidades para utilizar artefatos e realizar trocas de suprimentos, tudo narrado pelas próprias ações do protagonista.
O jogo é notavelmente minimalista em termos de comunicação direta, apresentando apenas algumas mensagens no início. Embora tenha um tutorial que assume a forma de lembranças, os desenvolvedores optaram por permitir que os jogadores compreendam Unto the End principalmente por meio da observação. Isso se aplica à exploração do mundo, ao combate e, crucialmente, à própria trama do jogo. Unto the End dispensa o diálogo, confiando na narrativa contextualizada de forma simples. A partir desse ponto, os jogadores são deixados à própria sorte para criar suas próprias narrativas. O jogo começa com o personagem principal saindo em uma caçada solitária, quando uma mulher e um menino se aproximam e lhe entregam itens essenciais para a jornada. A despedida deles é marcada por simplicidade, com apenas um aceno e um último olhar para trás. A partir desse momento, esteja preparado, pois o mundo além dos limites do seu lar é um lugar repleto de perigos, armadilhas e violência.
Imagem: Divulgação/Stephen & Sara |
Logo no início, o jogo pode causar confusão, deixando o jogador incerto se já começou ou ainda está carregando. Para esclarecer, aqui vai uma dica: pressione o botão X. A introdução do jogo é bastante escassa, o que pode levar a uma falsa impressão de que haverá diálogos quando os personagens aparecem na tela. Na realidade, o jogo aguarda apenas que o jogador pressione um botão para continuar.
A jogabilidade inicial é um tanto complexa e desorientadora, pois não há orientações visíveis na tela, o que pode deixar o jogador perdido. Leva aproximadamente cinco minutos para o jogo fornecer alguns tutoriais. Em Unto the End, você enfrentará combates desafiadores que exigem muita paciência para lidar com os inimigos. Os controles padrão são um tanto complicados, mas é possível acessar o menu do jogo e treinar o combate a qualquer momento.
Uma recomendação que posso oferecer é manter a tocha sempre acesa e JAMAIS abandoná-la. Houve uma situação bastante curiosa comigo: acabei caindo em um buraco na caverna sem a tocha, e foi praticamente impossível enxergar qualquer coisa. Tive que reiniciar o jogo e retomar a jornada do início.
Imagem: Divulgação/Stephen & Sara |
Conforme mencionado anteriormente, em Unto the End, o jogador se depara com várias armadilhas, e elas não são nada simples. Sem avisos antecipados, essas armadilhas podem surgir de várias maneiras, sem nenhum alerta para te prevenir sobre a entrada em uma área perigosa. Portanto, é crucial tomar muito cuidado e mover-se com cautela pelo cenário para evitar surpresas desagradáveis.
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Se um oponente atacar de cima, é essencial defendê-lo com um bloqueio alto ou agachando-se. Por outro lado, se o golpe for dirigido abaixo da cintura, você pode pular ou usar o bloqueio baixo como defesa. Cada tipo de inimigo possui uma barra de resistência invisível, e após um certo número de golpes bloqueados consecutivamente (geralmente de 3 a 4), eles ficam momentaneamente atordoados e vulneráveis a contra-ataques mais poderosos que causam maior dano. Para jogar com sucesso, é necessário adotar uma abordagem estratégica, permitindo que você observe atentamente os movimentos dos inimigos e reaja com rapidez. Simplesmente apertar os botões sem critério só levará à frustração. Os inimigos com armadura são particularmente astutos e desafiadores de derrotar.
Uma observação importante sobre os recursos que você coleta ao longo da jornada é que eles podem ser facilmente despercebidos no cenário. Na minha opinião, isso representa um erro significativo e, certamente, poderia ter sido abordado de maneira mais eficaz. Claro, com o tempo, você se acostuma e consegue identificá-los, mas no início, pode ser bastante complicado.
Imagem: Divulgação/Stephen & Sara |
Unto the End apresenta gráficos relativamente simples para um jogo em 2D, com uma qualidade mais modesta nos detalhes. No entanto, isso não representa um problema significativo. Os cenários do jogo são cuidadosamente elaborados, proporcionando uma atmosfera surpreendentemente realista aos jogadores. É fundamental exercer cautela ao explorar esses cenários, pois alguns recursos podem ser facilmente perdidos. Isso ocorre porque os cenários escondem acessos que são bastante sutis e podem passar despercebidos pelos jogadores, que podem se sentir desorientados diante das várias opções de caminho disponíveis no ambiente.
Os efeitos sonoros do jogo são excelentes para um título de plataforma, porém, no que diz respeito à trilha sonora, ela tende a passar despercebida. Embora ela se integre bem ao jogo, às vezes, fica em segundo plano devido à constante respiração do personagem, que parece estar ofegante o tempo todo. É possível que os desenvolvedores tenham acreditado que isso aproximaria o jogador do personagem, tornando o jogo “mais realista”.
Unto the End é um jogo de plataforma excepcional para aqueles que apreciam desafios significativos. Os eventuais pequenos deslizes do jogo podem passar despercebidos, permitindo ao jogador aproveitar plenamente a experiência. Se você é do tipo que não busca uma narrativa entregue de forma direta e deseja explorar um ambiente repleto de perigos sem ser constantemente alertado, este jogo é altamente recomendado.
Analisado no PlayStation 4
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